18/11/2008 – Dia 2.
A manhã começou mais tarde para o contramestre, como tem ocorrido toda a terça-feira.
Chegando para o trabalho no convés os marinheiros de primeira classe estavam agitados e indisciplinados como sempre, mas sempre muito amigáveis e simpáticos. Um grupo onde impera a camaradagem. Infelizmente a correção de exercícios de hidrostática não parecia estar na lista de suas prioridades. Azar o deles! O trabalho, a organização e a disciplina na embarcação são tarefas sob a tutela do contramestre e, se necessário fosse, estava disposto a chicotear os insubordinados, ou até mesmo me valer da prancha, se o capitão estivesse de acordo. Aos trancos o trabalho foi parcialmente concluído e, observado o sinal, o contramestre encerrou as atividades. A camaradagem tornou a reinar.
O passo seguinte foi uma jornada dupla com os marinheiros de segunda classe, que protestaram, argumentando que nem a 2ª Lei da Termodinâmica, nem o ciclo Otto têm qualquer utilidade para uma vida no mar e que portando duvidavam da necessidade de adquirir tais conhecimentos. Temendo que esse pequeno ato de rebeldia pudesse virar um motim, argumentei de forma ríspida que esse pensamento tendia para a mediocridade e que, caso insistissem em mantê-lo, jamais poderiam aspirar a um posto de comando, nem sequer em um caiaque. O semblante emburrado foi o que o contramestre mais observou após o chiste.
25 minutos após a passagem meridiana o sinal tocou, encerrando as atividades da manhã. Intervalo para almoçar e ver Globo Esporte. Aproveitando uma inesperada calmaria o contramestre retirou-se para seus aposentos onde tirou um breve sestia.
O ventou voltou a soprar indicando que estava na hora de trabalhar novamente. O contramestre corrigiu algumas provas, preparou outras e organizou seus cadernos de chamada.
Dia cheio amanhã. Que Netuno nos proteja.
Faltam 28 dias para terra firme.
Ass: Sor – Contramestre.
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Um comentário:
aesjoaisejoaisej
uma palavra:
afude!
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